Um dos maiores fenômenos adolescentes dos últimos anos ganha um novo capítulo nesta sexta-feira. "Lua Nova", segunda parte da tal "A Saga Crepúsculo", dá prosseguimento ao sucesso do ano passado. Fica a dica: se você tiver menos que 17 anos, fique longe dos cinemas durante umas duas semanas. Ou tenha muuuuita paciência dentro da sala.
Sem se preocupar com os não iniciados, o filme começa a história de onde paramos. Edward "Vampirinho que Brilha" Cullen e Bella "Estou Excitada" Swan estão juntos, mas sofrem com a vampiresca diferença entre eles.
Com medo de fazer mal a sua amada, Edward resolve abandoná-la. Entre chiliques e ataques histéricos, Bella se aproxima de Jacob "Esteróides" Black, aquele que quando fica bravo vira um lobo digital do tamanho de um cavalo.
Em dado momento, Edward conclui que sua namorada morreu (???) e resolve ter o mesmo destino, numa alusão bem clara ao clássico "Romeu e Julieta", que ganha referências diretas ao longo do filme para substituir o plágio pela homenagem.
"Lua Nova" repete alguns dos erros do filme original. Temos aqui problemas sérios de roteiro, sempre óbvio, raso e esquemático. O trio central também deixa bastante a desejar, especialmente Kristen Stewart. Sua constante cara de sofrimento, mesmo quando está feliz, é bastante irritante.
Mas, se o trio principal deixa a desejar em termos de atuação, o elenco secundário se sai melhor. A família Cullen ganha muito em carisma em relação ao primeiro filme. Especialmente Alice, confidente de Bella vivida por Ashley Greene.
O sempre brilhante Michael Sheen, numa quase ponta, também tem muito a acrescentar ao filme, na pele do ameaçador chefão dos vampiros Aro. Quando ele entra em cena, o filme ganha muito em charme e tensão.
Enfim, um diretor!
Se o primeiro filme parecia um piloto não aproveitável de série de midseason, cortesia da direção incompetente de Catherine Hardwicke, o segundo parece um filme. E isso já é uma ótima evolução.
Catherine provavelmente não sabia exatamente o tamanho do fenômeno que tinha em mãos. O bom diretor Chris Weitz ("Um Grande Garoto", "A Bússula de Ouro") sabia. Assim, ele moldou seu filme para fazer exatamente o seu papel. Conquistar corações juvenis e fomentar a febre.
Assim, temos um filme muito mais agradável de ver. Visualmente bastante bonito, especialmente em seu climax, quando conhecemos o clã dos Volturi.
Weitz também se sai melhor nas cenas de ação. O que no primeiro era absolutamente constrangedor, em "Lua Nova" é até empolgante em vários momentos. A cena de Edward tomando um cacete de um Volturi, por exemplo, é muitíssimo bem realizada.
Já os lobos, bem... Seriam realistas por volta de 2003. Em tempos de "Distrito 9", é complicado ter personagens digitais tão artificiais. Mas também não chegam a incomodar tanto assim.
Pulsos
O fenômeno "Crepúsculo" repete o que aconteceu com "Titanic" (e com tantos outros filmes ao longo da história). Quem foi moleque naquela época (eu! eu! eu!) lembra muito bem como ficavam as salas de exibição. Cheias de adolescentes, que suspiravam a cada aparição de Leonardo DiCaprio e sofriam horrores com as agruras da mocinha vivida por Kate Winslet.
Sofrimento, aliás, é uma palavra bastante importante aqui. Não é de hoje que os jovens são atraídos pela tragédia, pelo absoluto, pelo sacrifício. Vamos precisar ir até "Romeu e Julieta" para explicar isso? Alguém aí leu "O Sofrimento do Jovem Werther", escrito por Goethe em 1774? Então...
"Lua Nova" é mais uma obra a se apropriar disso. Consciente do apelo de frases como "Não posso viver num mundo em que você não esteja" (ou algo do tipo), o roteiro se aproveita dessa sensação que temos quando somos jovens. De que o mundo se resume aos nossos problemas e que os nossos problemas são maiores do que os do resto do mundo.
Pensando dessa maneira, o filme é absolutamente competente. Entrega exatamente o que os fãs querem ver. E ainda consegue fazer isso sem ofender aos mais velhinhos (eu! eu! eu!). Para alguns, será o filme de suas vidas (até o próximo fenômeno aparecer). Para outros, apenas um filme divertido. E está ótimo assim. Que venha o terceiro!
por Bruno Ondei
Sem se preocupar com os não iniciados, o filme começa a história de onde paramos. Edward "Vampirinho que Brilha" Cullen e Bella "Estou Excitada" Swan estão juntos, mas sofrem com a vampiresca diferença entre eles.
Com medo de fazer mal a sua amada, Edward resolve abandoná-la. Entre chiliques e ataques histéricos, Bella se aproxima de Jacob "Esteróides" Black, aquele que quando fica bravo vira um lobo digital do tamanho de um cavalo.
Em dado momento, Edward conclui que sua namorada morreu (???) e resolve ter o mesmo destino, numa alusão bem clara ao clássico "Romeu e Julieta", que ganha referências diretas ao longo do filme para substituir o plágio pela homenagem.
"Lua Nova" repete alguns dos erros do filme original. Temos aqui problemas sérios de roteiro, sempre óbvio, raso e esquemático. O trio central também deixa bastante a desejar, especialmente Kristen Stewart. Sua constante cara de sofrimento, mesmo quando está feliz, é bastante irritante.
Mas, se o trio principal deixa a desejar em termos de atuação, o elenco secundário se sai melhor. A família Cullen ganha muito em carisma em relação ao primeiro filme. Especialmente Alice, confidente de Bella vivida por Ashley Greene.
O sempre brilhante Michael Sheen, numa quase ponta, também tem muito a acrescentar ao filme, na pele do ameaçador chefão dos vampiros Aro. Quando ele entra em cena, o filme ganha muito em charme e tensão.
Enfim, um diretor!
Se o primeiro filme parecia um piloto não aproveitável de série de midseason, cortesia da direção incompetente de Catherine Hardwicke, o segundo parece um filme. E isso já é uma ótima evolução.
Catherine provavelmente não sabia exatamente o tamanho do fenômeno que tinha em mãos. O bom diretor Chris Weitz ("Um Grande Garoto", "A Bússula de Ouro") sabia. Assim, ele moldou seu filme para fazer exatamente o seu papel. Conquistar corações juvenis e fomentar a febre.
Assim, temos um filme muito mais agradável de ver. Visualmente bastante bonito, especialmente em seu climax, quando conhecemos o clã dos Volturi.
Weitz também se sai melhor nas cenas de ação. O que no primeiro era absolutamente constrangedor, em "Lua Nova" é até empolgante em vários momentos. A cena de Edward tomando um cacete de um Volturi, por exemplo, é muitíssimo bem realizada.
Já os lobos, bem... Seriam realistas por volta de 2003. Em tempos de "Distrito 9", é complicado ter personagens digitais tão artificiais. Mas também não chegam a incomodar tanto assim.
Pulsos
O fenômeno "Crepúsculo" repete o que aconteceu com "Titanic" (e com tantos outros filmes ao longo da história). Quem foi moleque naquela época (eu! eu! eu!) lembra muito bem como ficavam as salas de exibição. Cheias de adolescentes, que suspiravam a cada aparição de Leonardo DiCaprio e sofriam horrores com as agruras da mocinha vivida por Kate Winslet.
Sofrimento, aliás, é uma palavra bastante importante aqui. Não é de hoje que os jovens são atraídos pela tragédia, pelo absoluto, pelo sacrifício. Vamos precisar ir até "Romeu e Julieta" para explicar isso? Alguém aí leu "O Sofrimento do Jovem Werther", escrito por Goethe em 1774? Então...
"Lua Nova" é mais uma obra a se apropriar disso. Consciente do apelo de frases como "Não posso viver num mundo em que você não esteja" (ou algo do tipo), o roteiro se aproveita dessa sensação que temos quando somos jovens. De que o mundo se resume aos nossos problemas e que os nossos problemas são maiores do que os do resto do mundo.
Pensando dessa maneira, o filme é absolutamente competente. Entrega exatamente o que os fãs querem ver. E ainda consegue fazer isso sem ofender aos mais velhinhos (eu! eu! eu!). Para alguns, será o filme de suas vidas (até o próximo fenômeno aparecer). Para outros, apenas um filme divertido. E está ótimo assim. Que venha o terceiro!
por Bruno Ondei
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